tag:blogger.com,1999:blog-67150852810343409952024-02-20T20:38:14.051-03:00AzesquerdaEste blog é voltado à crítica de mídia. O foco principal é a mídia sorocabana, em especial o Jornalismo. Além disso, você encontrará aqui meus artigos científicos e jornalísticos. Sou jornalista, doutor em Ciências Sociais e professor universitário no Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SPUnknownnoreply@blogger.comBlogger254125tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-24326050906095062542014-08-18T09:43:00.003-03:002014-08-18T09:46:51.287-03:00O PSB e a escolha de Sofia<style type="text/css">P { margin-bottom: 0.21cm; }A:link { }</style>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><i>Por João José de Oliveira Negrão</i></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No livro e no filme clássicos, Sofia,
uma mãe polonesa presa num campo de concentração durante a Segunda
Guerra, é forçada por um soldado nazista a escolher um de seus dois
filhos para ser morto. Se ela se recusasse a escolher um, ambos
seriam mortos. É uma alegoria sobre decisões difíceis, nas quais
qualquer opção implica perdas dolorosas e a certeza de uma culpa
permanente. Seja qual for a alternativa escolhida, há perdas
irrecuperáveis.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">É este o tipo de dilema que vive o
Partido Socialista Brasileiro (PSB), do ex-candidato a presidente
Eduardo Campos: escolhe a ex-senadora (ex-PT e ex-PV) Marina Silva
para ser a cabeça de chapa da legenda ou indica outro nome mais
identificado com a história partidária, mas sem a mesma densidade
eleitoral? É uma dificuldade concreta e não simples ranhetice do
atual presidente da legenda, Roberto Amaral. O partido se reúne na
quarta (20/8) para tomar uma decisão.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Se optar por Marina, o PSB ganha, mas
não leva. A ex-senadora já deixou claro, conforme a Folha de 18/8,
que não desistiu de criar seu próprio partido, a Rede
Sustentabilidade. No mesmo jornal, o ex-deputado Maurício Rands
(ex-PT), coordenador de programa de Eduardo Campos, frente a questão
“Marina sempre deixou claro que o partido dela não era o PSB, era
a Rede (ainda não criado). E se for eleita, tudo bem se der tchau ao
PSB?”, respondeu que “nós reconhecemos que a Rede é um partido
provisoriamente dentro do nosso”.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Outra opção seria alguém com
história dentro do PSB. Mas quem? Ventilou-se o nome da deputada
federal e ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, que saiu do PT
para o PSB há vários anos. Outros nomes podem surgir. Nenhum deles,
no entanto, com capacidade eleitoral efetiva para consolidar uma via
alternativa à polarização PT – PSDB.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Com Marina, o PSB pode disputar para
valer a eleição presidencial que se aproxima, com uma candidata
competitiva – se vai ganhar ou provocar um segundo turno ainda é
cedo para dizer, apesar da análise/torcida precipitada de alguns
analistas da grande imprensa. Mas corre o risco, ganhando ou
perdendo, de desidratar-se no período pós eleitoral. Sem Marina, o
partido pode não disputar para ganhar, mas para marcar posição.
Nesta opção, talvez consiga sobreviver com menos danos – que já
são grandes com a perda de Eduardo Campos, a maior liderança do PSB
– a partir de 2015. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira Negrão é
jornalista, doutor em Ciências Sociais e professor universitário</b></span></span> </span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-35593599861541228112014-03-21T01:20:00.002-03:002014-03-21T01:25:04.290-03:00Esquerda e Direita disputam a hegemonia também no jornalismo<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><i>O jornalista e professor Eugênio Bucci publicou no Estadão de hoje o artigo Imprensa "de esquerda"? Imprensa "de direita", no qual afirma o fim da capacidade explicativa de tal distinção (aqui http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,imprensa-de-esquerda-imprensa-de-direita,1142927,0.htm </i></span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><i>Como contraponto, coloco aqui um excerto (das páginas 124 a 129) de minha tese de doutorado O Jornalismo e a Construção da Hegemonia (aqui http://www.bocc.ubi.pt/pag/negrao-joao-jornalismo-construcao-hegemonia.pdf)</i></span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
<style type="text/css">P { margin-bottom: 0.21cm; }</style>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O governo Lula, que tinha acabado de
tomar posse, foi o ponto central da
cobertura que tanto a Folha de
S. Paulo quanto O Estado de S. Paulo fizeram do
Fórum Social
Mundial, em Porto Alegre, e do Fórum Econômico Mundial, em
Davos [realizados em 2003].
Embora isto seja defensável do ponto de vista jornalístico, foi
possível
perceber que seu enfoque excessivo implicou em inúmeras
lacunas no
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">acompanhamento de discussões e
atividades importantes ocorridas nos dois
fóruns. O descompasso
entre os eventos destacados nas agendas pelos dois jornais
e a
cobertura deles nas edições subsequentes mostra isso.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O assunto tematizado pelos dois
jornais, embora tenha havido em ambos a
preocupação com a criação
de vinhetas para identificar as editoriais especiais de
cobertura
dos encontros de Porto Alegre e de Davos, foi o governo brasileiro
recém
empossado. Esta relevância e acumulação – com o
consequente esvaziamento de
outros assuntos – pode ter provocado
efeitos de agenda setting, mas este estudo, por
suas limitações
(não foram feitos estudos de recepção), não tem como
aquilatá-los.
Ainda assim, pelo conjunto de enquadramentos, é
possível perceber uma
tendência a se valorizar positivamente o FEM
enquanto um encontro sério, que
discute problemas concretos e
aponta soluções realistas para graves problemas da
humanidade. De
outra parte, no caso do FSM, apesar de referências muitas vezes
positivas, no conjunto aparece como desligado dos problemas reais,
com projetos utópicos, bem intencionados, mas irrealizáveis, o que
tende a reforçar, ainda que
passivamente, ou seja, pela descrença
em alternativas, as bases da atual
configuração hegemônica.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A análise destes dados a partir de uma
grade formada pelas teorias do
jornalismo apresentadas no capítulo
3 mostra a insuficiência de algumas e as
possibilidades
explicativas de outras. A teoria do espelho é claramente incapaz de
explicá-los: os “fatos” estavam lá, ao alcance dos repórteres,
pauteiros e editores.
No entanto, não viraram notícias. Os
leitores da Folha e do Estadão acompanharam uma cobertura seletiva,
restrita e não puderam “formar” uma opinião a partir de
um
conjunto de informações objetivas e neutras, como reza a teoria do
espelho.
A ilusão positivista desta “teoria” é insustentável,
pois os fóruns, como
vimos, foram decompostos em diferentes
fragmentos – os eventos cobertos, os não
cobertos, mas que
apareceram nas agendas, e ainda os que nem nelas apareceram –
e
recompostos numa totalidade que, embora com elementos da realidade, é
uma
“edição” de tudo o que aconteceu nos encontros. Houve
necessariamente uma
seleção daquilo que do ponto de vista dos
repórteres, pauteiros, editores e veículos
era importante.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A teoria do gatekeeper pode contribuir
para o entendimento, desde que
saiamos de seu marco meramente
individual e entendamos o gatekeeping como um processo. Ainda assim,
ficam de fora os condicionantes sociais, ideológicos,
políticos,
organizacionais e cognitivos que levaram os distintos atores
(jornalistas)
envolvidos no processo a optar por esta cobertura e
não por outra.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Quem parece mais capaz de fornecer
explicações que possam dar conta do
fenômeno são as teorias
construcionistas, que trabalham a idéia de que a notícia é
uma
construção social, resultado de processos complexos entre diversos
atores
(jornalistas, fontes, concepções de mundo, forças sociais
e políticas organizadas,
etc.). Especialmente se agregarmos a elas
– como fazem Hall, Venício Lima e outros
– o conceito de
hegemonia desenvolvido por Gramsci, aliado à idéia do jornal
assumindo funções de partido político.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A Folha e o Estadão, enquanto
instituições e empresas capitalistas – apesar
das diferenças de
tom --, têm uma concepção de mundo e de país. São a favor,
manifestadamente, da propriedade privada dos meios de produção e
do
liberalismo político, da economia de mercado e de limites à
ação do Estado na
economia. Ambos defendem o processo democrático
– embora tenham estado ao
lado do golpe de 64 contra o governo
constitucional de Jango Goulart. Esta
concepção de mundo, numa
relação dialética, forma e reflete a do “público leitor”, com
quem os jornais alegam ter compromisso: um amplo setor de classe
média.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Neste sentido, é possível identificar
aqui, segundo a matriz gramsciana, uma
função de partido, qual
seja, dar forma a uma hegemonia, ajudar a classe
dominante
a
superar
seus
“momentos
egoísticos-passionais”
(corporativos/economicistas) e se universalizar, reforçando a
hegemonia dada.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No entanto, é importante lembrar que,
como o processo de hegemonia – e
ela sempre é um processo –
supõe levar em conta, até certo ponto, interesses de
outro grupos
sociais – e no caso dos aparelhos privados de hegemonia estes
interesses se mostram cristalizados em concepções de mundo --,
aparecem
manifestações contrahegemônicas, pois mesmo naquela
franja social à qual os
jornais, no Brasil, estão voltados, há
inúmeros leitores que se identificam com o
pensamento progressista
ou de esquerda, que querem ver no jornal. Então, até para
não
perder essa fatia de mercado consumidor de notícias, aparecem, ainda
que de
forma minoritária, manifestações de um pensamento
crítico.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Além disso, apesar dos mecanismos de
controle da redação cada vez mais
complexos e sofisticados, há
momentos em que as impressões do repórter – e estas impressões
se vinculam às suas concepções de mundo e, portanto, aos seus
mapas
cognitivos, que conformam uma ideologia que não
necessariamente será
coincidente, em todos os momentos, com a do
jornal – serão determinantes no
enquadramento da matéria.
Abre-se aí a possibilidade de manifestações contra
hegemônicas.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Deve-se também levar em conta a
existência, embora muitas vezes
meramente formal, do Código de
Ética dos Jornalistas Brasileiros. Entre outras
regras de conduta,
ele estabelece, no seu artigo primeiro, que “o acesso à
informação pública é um direito inerente à condução de vida em
sociedade, que
não pode ser impedido por nenhum tipo de
interesse”.
Mais à frente, o Código afirma também, no seu
artigo segundo, que “a
divulgação de informação, precisa e
correta, é dever dos meios de comunicação
pública, independente
da natureza de sua propriedade” e, no artigo décimo, item
c, que
o jornalista não pode “frustrar a manifestação de opiniões
divergentes ou
impedir o livre debate”
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Então, temos que o jornal, embora seja
uma empresa capitalista, é também
uma instituição – ao lado de
outras, como a escola, a fábrica, o Estado, etc. -- onde
se instala
uma luta simbólica entre uma hegemonia dada, majoritária, e uma
contra-hegemonia em gestação, ainda minoritária, mas que aspira
constituir-se
numa nova hegemonia, articulando um outro bloco
histórico.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Isto explica certos aspectos
contraditórios identificados na cobertura dos
fóruns, como, por
exemplo – entre outros --, a edição do Estadão de 23/01/03:
enquanto o editorial
considera o FSM vinculado à destruição e à
desordem, a
primeira página do caderno especial tem forte apelo
pró-FSM. E
também, como qualquer empresa, o jornal é palco de
conflitos entre patrões e
empregados pela apropriação da renda
ali produzida, colocando-os, em vários
momentos, em lados
distintos.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Há ainda mais um elemento fundamental
a reforçar a idéia do jornal como
<i> locus</i> de conflito de hegemonias,
como o que se dá no interior de outros aparelhos
privados de
hegemonia, como a escola: apesar da crítica à objetividade
proposta
pela teoria do espelho, não se pode esquecer que o
jornalismo tem como referente
fundamental a realidade; ele não é
ficção.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Então, por mais que o veículo opte –
pelas mais variadas razões – por não
cobrir certas manifestações
da realidade, ela está ali, foi experimentada socialmente
por um
determinado número de indivíduos e, de diferentes maneiras,
pressiona o
jornalismo a torná-la conhecida. Exemplo clássico
dessa possibilidade no Brasil é o
desconhecimento a que a Rede
Globo relegou, inicialmente, o movimento pelas
diretas. Foi a
pressão popular – aliada à importância que outros veículos
deram ao
assunto – que levou a emissora a mudar sua posição
inicial e passar a cobrir aquele
movimento.
</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Assim, pensar o jornal como aparelho
privado de hegemonia e, portanto,
necessariamente, como espaço de
conflitos e de luta simbólica, aliado à concepção
de sua “função
de partido político”— mais do que a ideia de manipulação pura
e
simples ou mentira – tem o condão de permitir um entendimento
mais complexo
do fenômeno da comunicação jornalística
contemporânea e seu entrelaçamento
inescapável com a política.</span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-44114646900123448782014-02-26T17:03:00.001-03:002014-02-26T17:03:17.523-03:00Números que impressionam
<style type="text/css">P { margin-bottom: 0.21cm; }A:link { }</style>
<br />
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira
Negrão</b></span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Os dados e as comparações são
impactantes: se fosse um país, a classe C brasileira, com 108
milhões de pessoas, seria a 12ª nação do mundo em população,
equivalente à Alemanha inteira ou duas vezes a Austrália. No
consumo comparado, a classe de renda que mais cresce no Brasil
estaria em 18º lugar, com um gasto calculado, em 2013, de 1,17
trilhão de reais. Os números são da pesquisa realizada pelo
instituto Data Popular em parceria com a Serasa Experian. De acordo
com o levantamento, sozinha, a classe C, que compreende os
brasileiros que têm renda individual entre 320 reais e 1.120 reais
por mês, consome mais que a Holanda ou a Suíça inteiras.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Além do que já foi consumido em 2013,
o levantamento também traçou o que a classe C pretende comprar
neste ano de 2014. Em primeiro lugar, estão as viagens nacionais,
seguida de aparelhos de TV, geladeiras e tablets. Mas algo muito
importante está acontecendo: os investimentos em educação também
aparecem entre os itens que deverão consumir boa parte desta renda.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Em outra pesquisa, o Data Popular já
tinha identificado que a <em>Geração C</em>, como foi apelidada a
juventude da classe C brasileira, está estudando mais que seus pais:
71% dos jovens desta classe estudaram mais que os seus pais. E os
próprios jovens (85% deles) acreditam que o diploma universitário
pode ajudá-los a melhorar de vida, além da influência dos pais,
que não querem que seus filhos estejam no subemprego. Isso fez com
que hoje, 60% dos estudantes universitários no Brasil sejam da
classe C.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Os números mostram que, mais do que o
consumo excessivo ou desenfreado – como quer fazer crer um certo
discurso conservador, como se aos mais pobres fosse vedado o direito
de consumir – os integrantes da classe C do Brasil sabem usar muito
bem os benefícios que o crescimento econômico aliado a políticas
de distribuição de renda tem trazido.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira Negrão é
jornalista, doutor em Ciências Sociais e professor universitário</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="color: orange;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 26/2/2014) </b></span></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-88590880074626407892014-02-19T14:34:00.001-03:002014-02-19T14:34:07.624-03:00Greve cheia de razão
<style type="text/css">P { margin-bottom: 0.21cm; }</style>
<br />
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira
Negrão</b></span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Desde segunda-feira passada, dezenas de
unidades das etecs e fatecs – ligadas ao Centro Paula Souza, da
Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação – estão com seus professores e
funcionários paralisados. É isso mesmo: o estado de São Paulo tem
duas estruturas de Educação, ligadas a secretarias diferentes. A
reivindicação central dos trabalhadores é simples: que o governo
Alckmin cumpra o acordo que fez com os representantes da categoria,
liderados pelo Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula
Souza).</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Por ser casado com uma professora de
etecs, acompanhei de perto o desenrolar da negociação. Ao longo do
ano passado, várias reuniões entre os representantes sindicais, a
direção do Centro e membros do governo estadual foram feitas. As
negociações se sucederam, os trabalhadores adequaram suas
reivindicações – com aprovações de assembleias – e finalmente
“bateu-se o martelo”: um novo plano de carreiras foi
estabelecido, com a anuência do sindicato e do governo estadual.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No entanto, descumprindo a palavra de
seus representantes, o governo Alckmin achou por bem dar um
passa-moleque nos trabalhadores e não deu prosseguimento à
implantação do plano de carreiras acordado. Sem alternativa – e
sentindo-se, com razão, profundamente desrespeitados – professores
e funcionários decidiram paralisar seus trabalhos, para exigir que o
governo cumpra o que disse que faria. Além disso, reclamam da falta
de pessoal e de infraestrutura necessária para não deixar cair o
nível do ensino oferecido aos milhares de estudantes das etecs e
fatecs. Não pode haver motivo mais justo para uma greve do que a
luta pela dignidade do trabalhador. E ela merece o apoio de toda a
sociedade</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira Negrão é
jornalista, doutor em Ciências Sociais e professor universitário</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><span style="color: orange;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 19/02/2014) </span></span></span></b></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-19992936077979435762014-02-12T11:05:00.001-02:002014-02-12T11:05:11.074-02:00Morreu um trabalhador
<style type="text/css">P { margin-bottom: 0.21cm; }</style>
<br />
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira
Negrão</b></span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Dias atrás, colegas que foram da
faculdade de Jornalismo criaram um grupo e alguém postou uma foto de
1979, quando fomos, em passeata, da Cásper Líbero – que fica na
Avenida Paulista – até a igreja da Consolação. Íamos participar
de um protesto, pois a polícia da ditadura tinha matado um
trabalhador, o operário metalúrgico Santo Dias. E nós, jovens
estudantes que lutávamos pela democracia, não podíamos aceitar que
greve fosse tratada a bala. Morreu um trabalhador.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Muito tempo se passou, inegavelmente
conquistamos a democracia. Tivemos seis eleições presidenciais, nas
quais quem ganhou assumiu sem problemas nem tentativas de melar o
jogo. As manifestações, como ocorre em qualquer sociedade
democrática, passaram a fazer parte integrante da vida social.
</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Daí, em 2014, presidenta eleita,
governador eleito, Congresso escolhido pelo povo, temos novas
manifestações. E desta vez, não foi a polícia da ditadura, mas
integrantes dos próprios grupos de manifestantes. E o assassinado
foi o repórter-cinematográfico Santiago Andrade. É verdade que não
se pode criminalizar os movimentos. Mas também não dá para aceitar
que foi simples acidente de percurso. Há quem queira que as
passeatas descambem para a violência gratuita e sabemos todos nós,
com alguma experiência em movimentos sociais, exatamente a quem ela
interessa, independente da “intenção” de quem a pratica. E não
é ao aprofundamento da democracia, mas, ao contrário, serve bem
para os setores que querem o retrocesso, a volta do autoritarismo.
Assassinato é assassinato e tem de ser punido. Morreu um
trabalhador.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira Negrão é
jornalista, doutor em Ciências Sociais e professor universitário</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b><span style="color: orange;"><span style="font-size: small;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 12/02/2014) </span></span></b></span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-64753505584173333702014-02-06T16:49:00.003-02:002014-02-06T16:49:50.758-02:00Mundo mais desigual
<style type="text/css">P { margin-bottom: 0.21cm; }A:link { }</style>
<br />
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira
Negrão</b></span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div align="LEFT" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="LEFT" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No
último dia 29 de janeiro, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento lançou relatório que mostra as tendências de
crescimento econômico e concentração de riquezas no mundo. A
situação é preocupante: nas duas últimas décadas, apesar de uma
economia crescente, a desigualdade aumentou em cerca de 11% nos
países em desenvolvimento. Um dado sintetiza isso: 1% dos mais ricos
do planeta detém a posse de cerca de 40% dos bens globais. Enquanto
que a metade mais pobre não chega a 1% da riqueza total acumulada.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div align="LEFT" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="LEFT" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Neste
cenário, felizmente, o Brasil é um dos países que foi na
contramão. Aqui houve redução da desigualdade. O Índice de Gini
saiu de 0,542 e chegou, em 2010, a 0,459. Por este índice, quanto
mais próximo de zero, maior é a igualdade; quanto mais perto de 1,
maior a desigualdade. Outro dado que confirma esta tendência
brasileira é a participação dos salários no PIB. Em 2003, era de
46,26%; em 2009, chegou a 51,40%.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-weight: normal;">De
acordo com o relatório, a principal causa da redução das
desigualdades (ainda grandes) no Brasil foi a política de elevação
do salário mínimo. Entre 2003 e 2010 ele teve um aumento real
(descontada a inflação) de 80%, </span><span style="font-weight: normal;">o
que teve um </span>peso na redução da desigualdade de
renda que foi o dobro do
verificado com os programas de transferência de renda, como o Bolsa
Família. O documento ainda destaca como fator positivo a questão
política, com a criação de espaços que permitem maior
participação da sociedade civil.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Já as chamadas
políticas de ajuste, centradas na estabilidade de preços, em vez de
puxar para o primeiro plano o crescimento e a criação de empregos,
seriam piores, do ponto de vista da redução das desigualdades,
segundo os analistas da ONU.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O relatório
pode ser encontrado em
<a href="http://www.undp.org/content/undp/en/home/librarypage/poverty-reduction/humanity-divided--confronting-inequality-in-developing-countries.html">http://www.undp.org/content/undp/en/home/librarypage/poverty-reduction/humanity-divided--confronting-inequality-in-developing-countries.html</a></span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José
de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais e
professor universitário</b></span></span></div>
<div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="LEFT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b><span style="color: orange;"><span style="font-size: small;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 06/02/2014) </span></span></b></span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-63580489914440000872013-12-27T21:09:00.002-02:002013-12-27T21:11:12.103-02:00Ainda a reforma política<div style="text-align: right;">
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: large;">João José de Oliveira Negrão</span></b></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"></span><br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">
A reforma política continua sendo assunto em pauta. E voltou à cena com o pedido da OAB – e provável decisão favorável do STF – que proíbe o financiamento de campanhas pela iniciativa privada. No entanto, há diversos projetos voltados ao tema e são tantos os interesses (legítimos) dos diferentes grupos sociais e políticos, que dificilmente haverá um consenso entre os parlamentares. Fruto de construções históricas, não há sistema eleitoral perfeito. Mas cada um deles atinge de modo diferente os vários atores políticos. Conforme explicou o cientista político Cláudio Couto, “cláusulas de barreira prejudicam partidos pequenos; lista fechada favorece partidos coesos e de forte identidade; 'distritão' favorece os candidatos muito endinheirados”. Assim, fechar uma proposta única não é fácil.<br /><br /> Há diferentes possibilidades colocadas. O sistema proporcional de lista aberta – o modelo atual – estabelece que cada partido ou coligação, dependendo do número de votos que atingir, terá direito a determinado número de vagas, que será preenchido pelos candidatos mais votados do partido ou coligação. No sistema proporcional de lista fechada, o eleitor vota não em um nome, mas na lista preordenada do partido. O 'distritão' acaba com o quociente eleitoral e apenas os mais votados – independente do partido – assumem os cargos. O voto distrital divide o país em distritos eleitorais, com população aproximada, e cada distrito elege apenas um representante. Por fim, o distrital misto mescla a lista fechada com o voto distrital. Nele, o eleitor vota duas vezes, uma na lista de partido e outra num candidato.<br /><br /> Cada sistema tem pretensas vantagens e desvantagens. Qual é o mais benéfico à maioria e à consolidação da democracia deve surgir de uma ampla discussão, que não pode ser encarada como exclusiva de especialistas e deve passar pelo crivo popular.<br /><br /><b> João José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais, professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span><br />
<div align="RIGHT" style="line-height: 0.48cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="line-height: 0.48cm; margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 17/12/2013)</b></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-82754535120395986682013-12-10T11:01:00.002-02:002013-12-10T11:01:26.517-02:00Banir as organizadas<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">João José de Oliveira
Negrão</span></b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Nunca tratei de futebol neste espaço,
pois não sou especialista na área, embora acompanhe com atenção
os campeonatos e torça para o São Paulo. Fui também, na infância
e adolescência, um jogador amador pouco acima de pereba. Tive ainda
algumas incursões pelo jornalismo esportivo.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Mas as cenas de violência estúpida
entre as torcidas de Atlético Paranaense e Vasco, no último
domingo, em Joinvile (o Atlético teve de jogar na cidade catarinense
para cumprir punição desportiva por causa do comportamento de sua
torcida), não podem, simplesmente, integrar a paisagem do futebol
brasileiro. E não estou dizendo que os vascaínos foram vítimas:
ambas foram culpadas.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Chega de reuniões, acordos sempre
descumpridos, soluções tecnológicas mirabolantes. A resposta a tal
grau de violência insana tem de ser uma só: banir todas as torcidas
organizadas, de todos os times (inclusive as de Sorocaba). Os clubes
– ou no mínimo alas de suas diretorias –, que de maneira direta
ou indireta, bancam as tais organizadas, tem de assumir sua parcela
de responsabilidade e se desvincular completamente destes bandos.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">A imprensa esportiva, se sair do chavão
e da frase feita, também pode colaborar muito. Podia, por exemplo,
começar a produzir séries de reportagens mostrando como e do que
vivem os principais dirigentes das tais organizadas, suas ligações
nada republicanas e a doação de ingressos a elas – enquanto o
torcedor comum paga bem caro por eles – por parte dos times. Não
precisamos mais de mesas-redondas, aquelas onde impera o falatório
oco. Precisamos de ação. Basta!</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">João José de Oliveira Negrão é
jornalista, doutor em Ciências Sociais, professor no Ceunsp e na
Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</span></b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 10/12/2013)</span></b></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-85359086505930326402013-12-04T19:00:00.005-02:002013-12-04T19:00:47.026-02:00STF: certo ou errado?<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">O
título é uma pegadinha. Não vou comentar o julgamento do chamado
“mensalão”, mas tratar da regulamentação profissional dos
jornalistas. Em 1969, com nova redação em 1979, foi definido em lei
a necessidade da formação superior em curso de Jornalismo (ou
Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo) para o
exercício de várias funções desta profissão. Desde o início, um
segmento influente do setor patronal da mídia mostrou-se contra esta
legislação, em muitas situações simplesmente descumprindo a lei.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">O
debate e as tentativas de burla se estenderam por décadas, até que
em 2001, a juíza substituta, Carla Rister, num julgamento de
primeira instância, entendeu – atendendo demanda patronal – que
a exigência de diploma superior para o exercício do jornalismo
seria inconstitucional. Em 2005, a segunda instância, o Tribunal
Regional Federal, de SP, reformulou a decisão da juíza e o diploma
voltou a ser obrigatório. <span lang="pt-BR">Em 2009, o STF
finalmente julgou o caso e decidiu pela extinção da obrigatoriedade
da formação superior para a obtenção do registro profissional. A
maioria seguiu o voto do relator Gilmar Mendes. </span></span>
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span lang="pt-BR">P</span><span lang="pt-BR">orém,
em concurso recente, para o cargo Analista Judiciário –
Comunicação Social, o próprio STF exige, como requisito, </span><span lang="pt-BR">“</span><span lang="pt-BR">d</span><span lang="pt-BR">iploma,
devidamente registrado, de curso de nível superior de graduação em
Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, fornecido por
instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC, e registro na
Delegacia Regional do Trabalho”.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Estará
o Supremo correto na sua decisão de 2009 ou na exigência atual? </span>
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Como
podemos ver, não é apenas no julgamento dos 'mensalões” – o
tucano, de Minas Gerais, apesar da antecedência, ainda não entrou
em pauta – que o STF é paradoxal em suas decisões.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: small;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 04/12/2013)</b></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-161268931859376702013-11-26T11:08:00.003-02:002013-11-26T11:08:37.927-02:00Campanhas livres do poder econômico<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: #222222;">A
fulanização no debate político já se esgotou. Se não quisermos
continuar com este campeonato medonho, cuja disputa é saber se o
político A do partido B é mais corrupto que o político C do
partido D, temos que ir à raiz do problema. </span>
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">O
modelo atual de financiamento de campanhas é porta de entrada para o
festival de distorções e tem de ser mudado. Do jeito que é hoje –
cada candidato tendo de buscar recursos para viabilizar os custos de
sua campanha eleitoral, seja um concorrente ao Senado ou a uma câmara
municipal – , está aberto o caminho para as práticas pouco
recomendáveis, mas reais, da política brasileira. Os esquemas de
caixa 2 – doação “por fora”, sem declaração à justiça
eleitoral –, pelos mais diferentes motivos, estão presentes em
cada uma de nossas seguidas eleições.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Esta
porta tem de ser fechada. Para isso, é fundamental uma reforma
política aprove o financiamento público exclusivo das campanhas
eleitorais, sem a participação financeira de pessoas jurídicas e
limitando drasticamente – ou mesmo proibindo – a de pessoas
físicas. Para isso, no entanto, será fundamental, também,
abandonar as candidaturas individuais e o voto nominal, assumindo o
sistema de voto em lista fechada.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Tal
medida, é claro, não consegue por si só eliminar de vez a
corrupção. Mas fecha um caminho importante por meio do qual ela se
insere nos canais institucionais do País. Também evita que grande
parte dos políticos fique refém de favores ao poder econômico, o
que distorce a vontade popular e contamina a democracia.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="RIGHT" style="line-height: 0.48cm; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></span></div>
<div style="line-height: 0.48cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="line-height: 0.48cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: orange;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 26/11/2013)</b></span></span></div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><br /></span><br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-88795247981237767902013-11-19T15:14:00.001-02:002013-11-19T15:15:31.127-02:00Igualdade na rede<span style="font-size: large;"></span><br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João José de Oliveira Negrão</b></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
A proposta do Marco Civil da Internet (PL 2126/11) é o principal item na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados de hoje (19). O projeto define a comunicação na rede como um direito e, na verdade, é uma espécie de constituição, de carta de princípios da internet. Ele se baseia em três pontos essenciais: a privacidade, a liberdade de expressão e a neutralidade da rede.<br /><br />O último aspecto (a neutralidade) é o que tem sido o ponto de disputa: através dele, o Marco Civil garante a todos o acesso ao conjunto de sites, blogs, buscadores, canais de filmes, informações, etc, independente da velocidade de conexão comprada. As empresas de telecomunicações fazem um lobby fortíssimo – capitaneadas pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – contra isso: elas querem que a comunicação na internet seja tão somente um negócio, sem garantias de direitos. Assim, poderão vender pacotes (como no sistema de tevê paga) que não garantam o pleno acesso ao conjunto da internet.<br /><br /> O Marco Civil foi, talvez, um dos projetos de lei construídos com a maior participação popular desde a redemocratização do Brasil. Entidades e cidadãos puderam opinar, debater, participar de sua construção. Há toda uma estratégia de desinformação, posta em prática pelos defensores das teles, no sentido de identificar o Marco Civil como tentativa de controle, como censura. O caso é exatamente o contrário, pois o PL 2126 tem por escopo a defesa dos direitos da cidadania. Controle, de fato, quem quer fazer são as teles, ao definir quem pode e quem não pode ter acesso ao conjunto da rede.Quem pagar mais, tem tudo; quem não puder, fica com as sobras. Isto não é direito.<br /><br /><b> João José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais e professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span><br />
<div>
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span>
<div style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.53cm; padding: 0cm;">
<span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: 11pt;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 19/11/2013)</b></span></div>
<br />
<div style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.53cm; padding: 0cm;">
<br />
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-38231593839293074062013-11-12T15:27:00.003-02:002013-11-12T15:27:37.130-02:00Jango<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão</b></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Uma
das maiores dúvidas da história brasileira começa a ser
esclarecida: o ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe
militar de Estado em 1964, morreu de causas naturais ou foi
assassinado durante seu exílio?</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Amanhã
(13), haverá a exumação dos restos mortais de Jango, em São Borja
(RS). De lá, seguem para Santa Maria (RS), de onde serão
transportados para Brasília. O corpo do ex-presidente será recebido
com honras de chefe de Estado, com a presença da família e da
presidenta Dilma Rousseff. Depois, o corpo seguirá para
o Instituto Nacional de Criminalística de Brasília, onde será
periciado para verificar a suspeita de que o Jango teria sido
envenenado
na Argentina.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">As
suspeitas ganharam corpo depois que um ex-agente de inteligência
uruguaio, Mario
Neira Barreiro
– preso há mais de 10 anos em Charqueadas (presídio de máxima
segurança no Rio Grande do Sul) –, declarou, para a Polícia
Federal, que Jango foi envenenado. Teriam sido introduzidos
comprimidos adulterados entre os que o ex-presidente tomava devido a
problema cardíaco. A ação teria contado com o apoio da CIA,
através de seu chefe em Montevidéu
em 1976, o agente Frederick Latrash e de Sérgio
Paranhos Fleury, o caçador de opositores e chefe do antigo
DOPS
(Departamento
de Ordem Política e Social).</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">A
morte de Jango pode ter sido um dos resultados da Operação Condor,
uma articulação secreta e ilegal das ditaduras latino-americanas
dos anos 70 para monitorar, perseguir e eliminar opositores aos
regimes instalados que ainda estivessem no continente. Para João
Vicente Goulart, filho do ex-presidente, “parece bastante claro que
as ditaduras de Geisel e Videla atuaram em conluio para impedir a
realização de uma autópsia, como costuma suceder quando morre
qualquer ex-presidente no exterior”, conforme declarou ao site
Carta Maior.</span><br />
</span></div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais
e professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><b><span style="font-size: 11pt;"><br /></span></b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 12/11/2013)</span></b></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-51174512360320637332013-11-06T11:11:00.001-02:002013-11-06T11:12:25.907-02:00O curso é de Jornalismo<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">João
José de Oliveira Negrão</span></b></div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Quando
foram criados os cursos de Jornalismo – em 1947, através de um
convênio entre a Fundação Cásper Líbero e a Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de São Bento (PUC-SP), e em 1948, na
então Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro –, a área possuía
relativa autonomia, embora próxima aos cursos de Filosofia.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">Em
1948 (já com o avanço da Guerra Fria), em Paris, conferência
realizada pela Unesco (então dominada pelos interesses dos EUA)
resolveu dedicar atenção especial à formação dos jornalistas do
terceiro mundo, pois o jornalismo poderia “agravar, se mal
inspirado, os desajustamentos entre grupos, classes e partidos” –
como pregava o comunismo soviético – “ou atenuá-los até o
ponto de extingui-los, se baseado na boa compreensão dos fatos e na
lúcida revelação dos mesmos”, </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">relata
o professor Eduardo </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">M</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">editsch</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">É
esta preocupação que leva à criação do Ciespal (Centro
Internacional de Estudos Superiores de Jornalismo), na Universidade
Central de Quito, no Equador, em 1960. </span></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">Com
o golpe de 64, a receita da “modernização conservadora” será
plenamente posta em prática na universidade brasileira. No ensino de
Jornalismo, a tarefa ficou a cargo de Celso Kelly, formado pelo
Ciespal, autor do currículo mínimo imposto a todas as escolas do
país.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">Em
1965, o Ciespal realiza quatro seminários regionais na América
Latina, recomendando a transformação dos cursos de Jornalismo em
“institutos de comunicação” ou “ciências da informação
coletiva”. </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">Pouco
depois, os cursos </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">passaram
a se chamar de “comunicação social”, adotando a linguagem
padronizada pelo Ciespal para todo o continente. </span></span>
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Agora,
com a recente aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para
o Curso de Jornalismo, a área recupera aquela autonomia inicial. Os
cursos deverão ser de “Jornalismo” – não mais considerado uma
habilitação da Comunicação Social. As instituições têm dois
anos para adaptar seus currículos às novas orientações.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 05/11/2013)</b></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-29765901612109059502013-11-06T11:08:00.003-02:002013-11-06T11:08:39.467-02:00Pesquisas e direito à informação<div align="RIGHT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">João José de Oliveira Negrão</span></b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #464646;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">O
senador Luís Henrique da Silveira (PMDB-SC) apresentou Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) que visa proibir a divulgação do
resultado de pesquisas eleitorais nos dias que antecedem a eleição.
O projeto entrou na pauta da Comissão de Constituição e Justiça
do Senado e será relatado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
O tema é recorrente. Anos atrás, o Supremo Tribunal Federal
considerou inconstitucional uma lei do mesmo teor.</span></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: #464646;">O
argumento dos defensores da proibição é equivocado e paternalista,
ao ver o eleitor como incapaz de decidir seu voto. Pode até
acontecer de um eleitor mudar sua opção por causa de pesquisas, por
ter uma segunda escolha, o chamado “voto útil”. E isto é
direito dele. A decisão do voto é resultado final de </span><span style="color: black;">todo
um feixe de instituições agindo neste sentido, como meios de
comunicação, campanhas eleitorais, famílias, escolas, igrejas,
grupos sociais de pertencimento, pesquisas eleitorais etc. A
informação é essencial para uma escolha racional.</span></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">É verdade que pesquisas erram, mas as metodologias de
aferição estão cada vez mais sofisticadas, reduzindo a margem de
erro. Elas também podem ser manipuladas – ainda mais aquelas
feitas por institutos desconhecidos, que surgem da noite para o dia.
Para evitar isso, a legislação eleitoral exige que relatórios
completos das pesquisas tornadas públicas – com metodologia,
amostragem, análises etc – sejam depositados nos cartórios
eleitorais e fiquem à disposição de qualquer interessado.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Melhor
fariam os senadores e deputados federais se investissem numa reforma
política completa e parassem de buscar remendos. </span>
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><b>João
José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP </b></span>
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 29/10/2013)</b></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-43651893689170964042013-11-06T11:06:00.001-02:002013-11-06T11:06:18.345-02:00Biografias<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">João José de Oliveira
Negrão</span></b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">O assunto voltou a ganhar centralidade,
mas desde 2012 está em andamento no STF uma ação movida pela
Associação Nacional dos Editores de Livros (ANEL) contra dois
artigos do Código Civil, o 20 e o 21, que, na prática, impedem as
chamadas biografias não autorizadas pelos biografados ou por seus
familiares. Figuras muito conhecidas, como Chico Buarque, Caetano
Veloso, Djavan e Gilberto Gil, articulados pela produtora Paula
Lavigne, criaram um movimento chamado Procure Saber, que quer manter
a proibição.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Dezenas de artigos – de outros
músicos, como Alceu Valença, e de jornalistas/biógrafos, como
Mário Magalhães, autor de Marighella, defenderam a plena liberdade
de expressão. Programas de TV continuam tratando do tema. O jornal O
Globo fez uma boa retrospectiva da polêmica (veja em
<a href="http://oglobo.globo.com/infograficos/batalha-biografias/">http://oglobo.globo.com/infograficos/batalha-biografias/</a>
).</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Em síntese, se vingar a vontade do Procure Saber, jornalistas e
escritores ficariam limitados a escrever apenas as biografias
elogiosas e laudatórias, pois as que, do ponto de vista do
biografado ou de seus herdeiros, tivessem passagens consideradas
pouco nobres, poderiam ser proibidas. Imaginem alguém depender da
autorização da neta de Mussolini para escrever a história do
ditador italiano.
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">A
lei já é suficiente para proteger a todos contra calúnias,
injúrias ou difamações. Se livros ou reportagens mentirem sobre
quem quer que seja, que se abram processos pesados e caros contra
editoras, jornais e autores. Mas depois de tanta luta pela
democracia, pela liberdade de expressão e contra a censura, este
país não pode aceitar a volta sub-reptícia da censura prévia.
Chico,
Caetano, Djavan etc estão pisando feio no tomate. Devem
recuar.
Suas
histórias de vida (com ou sem biografias autorizadas) merecem que
tenham esta grandeza.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /><br />
</span><br />
<br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></span>
<span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 22/10/2013)</b></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-51553174554707088982013-11-06T11:03:00.001-02:002013-11-06T11:03:19.925-02:00Notícia: construção social<div align="RIGHT">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão</b></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">A
notícia é uma construção social que ajuda a constituir a própria
realidade. Isto não quer dizer que as notícias sejam ficção, pois
o jornalismo tem por referente o real. Para Stuart Hall, “as
notícias são o produto final de um processo complexo que se inicia
numa escolha e seleção sistemática de acontecimentos e tópicos de
acordo com um conjunto de categorias socialmente construídas”.
</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Tal
processo compõe-se, entre outros, de três aspectos importantes: 1)
a organização burocrático-rotineira dos jornais, que vai
direcioná-los para certos tipos de acontecimentos de acordo com sua
própria estrutura interna – número e ênfase de editorias, de
repórteres, correspondentes, setoristas, contratos com agências
noticiosas, etc. – que implica na possibilidade ou não de “cobrir”
determinados fatos, além de sua própria forma de inserção no
campo jornalístico (jornal econômico, esportivo, local, etc.); 2) a
estrutura dos valores-notícia (o fora do normal, o inesperado, o
trágico e o dramático, etc), que organiza, seleciona e hierarquiza
as matérias dentro de categorias prévias (as editorias); e 3) o
momento de construção da própria notícia, quando um acontecimento
é tornado significativo, a partir de suposições sobre o que é a
sociedade e como ela funciona.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Esta
pressuposição, para Hall, é a de uma natureza consensual da
sociedade. Estes
pontos
de vista ‘consensuais’ representam a sociedade
como
se não existissem importantes rupturas culturais ou econômicas, nem
importantes conflitos de interesse entre classes e grupos. Assim,
as
notícias têm um papel importante na construção desta visão, uma
vez que o acontecimento é tornado significativo dentro de “mapas
de significado” e enquadramentos que incorporam e refletem valores
e visões de mundo hegemônicas.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 15/10/2013)</b></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-48196296489564097672013-10-08T11:39:00.001-03:002013-10-08T11:39:09.085-03:00Fidelidade partidária<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">João José de Oliveira
Negrão</span></b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">O prazo final para a filiação a um
partido – essencial para quem quiser disputar um mandato nas
eleições do ano que vem – se encerrou no final de semana passado.
Novamente se viu a correria pelo troca-troca partidário. Segundo
levantamento da Folha de S. Paulo publicado ontem, 57 deputados
mudaram de legenda. O número pode ser ainda maior, pois podem haver
mudanças ainda não oficializadas pela Justiça Eleitoral. São mais
de 10% dos deputados federais mudando de casa.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Os novos partidos recém-criados já
“conquistaram” bancadas expressivas. O Solidariedade, do deputado
Paulo Pereira, o Paulinho da Força Sindical, atraiu 21
parlamentares, enquanto o PROS conquistou 16. Houve baixas tanto
entre a base de apoio governista quanto na oposição. O PT perdeu um
deputado, ficando com uma bancada de 86; o PSDB perdeu quatro e viu
sua bancada reduzir-se a 46. O PMDB ganhou um e perdeu seis. Sua
bancada, agora, é de 77 parlamentares. A Rede, de Marina Silva, que
não conseguiu se organizar, se espalhou por diferentes legendas, a
maioria no PSB.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Esta migração é mais um elemento a
fortalecer a urgente necessidade de uma reforma política ampla, que
não pode se reduzir a remendos feitos aqui e acolá. O instituto da
fidelidade partidária tem de ser ampliado, com o voto em lista
preordenada. É verdade que, democraticamente, a lei não pode
proibir a criação de partidos. Mas torna-se cada vez mais
necessária a criação de algum tipo de cláusula de barreira, para
evitar que legendas de aluguel, sem base programática ou política,
possam se multiplicar, de olho nas verbas do fundo partidário e no
bom negócio da venda de apoios em troca do tempo de rádio e TV de
que dispõem.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">João José de Oliveira Negrão é
jornalista, doutor em Ciências Sociais, professor no Ceunsp e na
Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</span></b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 08/10/2013)</span></b></div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-83056209855355873912013-10-01T13:37:00.004-03:002013-10-01T13:37:56.400-03:00Objetividade no jornalismo<div align="RIGHT">
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João José de
Oliveira Negrão</b></span></div>
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span lang="pt-BR"><br /></span></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">O c</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">onceito
de objetividade surgiu no sé</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">culo</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">
XIX, </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">h</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">erdeiro
do positivismo: distinção entre fato e juízo de valor. </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">A
s</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">eparação
entre um jornalismo </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR"><i>sensacionalista</i></span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">
e </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR"><i>marrom</i></span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">
e um jornalismo </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR"><i>sério</i></span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">
(com valores da objetividade) foi uma estratégia de legitimação de
um tipo de produto dentro de um campo jornalístico em formação.</span></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span lang="pt-BR"><br /></span></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">A</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">os
informadores, cab</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">er</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">ia
refletir objetivamente os fatos, sem interpretações, adjetivações
e valorações. Surgem nessa época as técnicas do lide e da
pirâmide invertida: a redação impessoal, a ausência de
qualificativos, a atribuição das informações às fontes, a
apresentação das partes ou das possibilidades em conflito (doutrina
do equilíbrio) e o uso de aspas garantiriam a necessária
imparcialidade informativa.</span></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">Para a
obtenção da </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR"><i>verdade,
</i></span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">não se
poderia admitir qualquer introdução de elementos subjetivos na
captação e na comunicação dos fatos. O que se busca é fazer crer
n</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">uma</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">
coincidência entre o produto midiático e o real.</span></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span lang="pt-BR"><br /></span></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">Mas a</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">
objetividade é inatingível. O fato, que dá a base real da
informação, é imprevisto, e a testemunha não é necessariamente
um observador experimentado. Esse fato não é suscetível de
repetição, ele é único, dificultando que seja retificada uma
primeira observação. O observador, por outro lado, ao expor-se a um
acontecimento, vai percebê-lo conforme as limitações de seus
sentidos e interpretá-lo segundo sua história, opiniões e
preferências, das quais é difícil abstrair-se. Esse mesmo crivo de
subjetividade </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">está
</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">presente </span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">n</span></span><span style="color: black;"><span lang="pt-BR">o
jornalista, na escolha e no contato com o observador-fonte.</span></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Outras forças agem na
conformação da notícia, como a organização jornalística, os
horários de fechamento e os locais dos acontecimentos, entre outras.
Por isso, mais do que objetividade, devemos cobrar do jornalismo a
pluralidade.</span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: black; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>João José de Oliveira
Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais, professor no
Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-size: small;"><b><br /></b></span></span>
<span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><b>(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 01/10/2013)</b></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-76092536996164092622013-09-25T10:47:00.000-03:002013-09-25T10:47:07.026-03:00Terceirização e fraude<div style="text-align: right;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">João José de Oliveira Negrão</span></b></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">A Câmara dos Deputados realizou, na semana passada, um debate sobre o Projeto de Lei 4330, do deputado e grande empresário Sandro Mabel (PMDB-GO). Na prática, o projeto abre espaço para a generalização da terceirização da mão-de-obra, pois permitiria às empresas terceirizar até sua atividade-fim. O conjunto das centrais sindicais brasileiras é contra, uma vez que o projeto, se aprovado, jogará por terra o conjunto de direitos trabalhistas duramente conquistado ao longo da história.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Segundo o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), ex-ministro do Trabalho, com PL 4330 “está se propondo agora é a interposição fraudulenta de mão de obra daqueles empresários que são desonestos. Do jeito que está, o projeto é inconstitucional”. A categoria dos jornalistas tem visto de perto os danos que tal projeto pode trazer: vários veículos de comunicação têm praticado, de forma irregular, o mecanismo de contratação dos chamados PJ's, ou seja, o trabalhador é obrigado a transformar-se em pessoa jurídica (abrir uma empresa individual) e estabelecer um contrato com o jornal, rádio ou TV. Com isso, ele não tem direito garantido a férias, décimo-terceiro, contribuição para aposentadoria, etc.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Os jornalistas têm sofrido, também, outra irregularidade: a forma de contratação chamada free-lancer fixo (uma contradição). Estas fraudes não são exclusividade de pequenas redações. Recentemente, em vitória importante na Justiça, o Sindicato dos Jornalistas de SP obrigou a editora Abril a contratar legalmente 120 jornalistas que trabalhavam com formas de contrato irregular (PJ's, frilas). Outras empresas – inclusive recentes no mercado – estão insistindo na fraude, recusando-se a garantir direitos trabalhistas de seus funcionários. Os trabalhadores não podem aceitar calados estes ataques a seus direitos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">João José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais, professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</span></b><br />
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b>
<b><span style="color: orange; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 24/09/2013)</span></b>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-22720339974158208922013-09-17T10:45:00.000-03:002013-09-17T10:49:01.626-03:00Mais de 40 partidos<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><b>João José de Oliveira
Negrão</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Mais nove siglas estão em processo de
criação, correndo contra o tempo, pois o prazo máximo para que
possam disputar as eleições do ano que vem termina em 22 dias. A
Rede Sustentabilidade, criada para dar sustentação à candidatura
presidencial da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, e o
Solidariedade, liderado pelo deputado federal e líder da Força
Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, são os de maior
visibilidade. Mas há outros. Caso todas consigam seu intento,
chegaremos a ter em torno de 40 partidos políticos.</span></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Não há, em tese, problemas para a
democracia na existência de tantos partidos. No entanto, a
legislação brasileira que regula o assunto precisa ser alterada, no
bojo de uma cada vez mais necessária reforma política. É essencial
uma cláusula de barreira, que estabeleça limites mínimos de
representatividade a partir dos quais as legendas teriam acesso a
tempo de rádio e televisão e à participação nas cotas do fundo
partidário.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Dessa forma, não se proíbe, por lei,
a criação de nenhum partido – e esta, sem dúvida, foi a
preocupação dos constituintes de 1988, escaldados pelo
bipartidarismo forçado imposto pela ditadura militar. Porém, não
se pode garantir a siglas sem nenhuma representatividade o acesso a
verbas públicas e ao horário eleitoral gratuito. É ele que
permitiu a proliferação das legendas de aluguel, que a cada eleição
vendem o tempo de TV e rádio a quem pagar mais pelo seu apoio.</span></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Não é preciso muito esforço para se
concluir que não há 40 projetos distintos de sociedade para o
Brasil, não há 40 ideologias políticas diferentes. É hora de
fechar a porta para os oportunistas. Partidos podem, livremente, ser
criados, fundidos, recriados. Mas só devem ter acesso às vantagens
democráticas se, de fato, comprovarem um grau mínimo de
representatividade.</span></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><b>João José de Oliveira Negrão é
jornalista, doutor em Ciências Sociais, professor no Ceunsp e na
Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><span style="color: red;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 17/09/2013) </span></span></span></b></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-2405936328983927052013-09-10T13:35:00.004-03:002013-09-10T13:35:57.848-03:00Os 11 de setembro
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;"><i>Por
João José de Oliveira Negrão </i></span></span></span>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;">Amanhã
é 11 de setembro. Teremos “especiais” sobre o atentado ocorrido
em 2001, contra as torres gêmeas, nos EUA. Mais de duas mil pessoas
morreram quando a Al Qaeda, de Bin Laden, jogou dois aviões contra
os prédios. Não podemos esquecer o horror das cenas, nem o grau de
desumanidade a que podem chegar os fundamentalismos.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;">Mas
há 0utro 11 de setembro, este de 1973. Foi nesta data que morreu
Salvador Allende e se consolidou o golpe de estado do general Augusto
Pinochet contra o presidente democrático e socialista do Chile,
eleito pelo voto popular. Pinochet, com apoio da diplomacia
norte-americana, jogaria o avançado país numa das piores ditaduras
desta nossa América. Há um filme interessante do cineasta Patricio
Guzmán, <i>A Batalha do Chile, </i><span style="font-style: normal;">que
mostra as articulações para o golpe. Está no youtube e pode ser
encontrado em
<a href="http://miltoncompolitica.wordpress.com/2013/09/07/cineblog-chile-40-anos-do-golpe-militar-e-do-fim-da-experiencia-do-governo-da-unidade-popular/">http://miltoncompolitica.wordpress.com/2013/09/07/cineblog-chile-40-anos-do-golpe-militar-e-do-fim-da-experiencia-do-governo-da-unidade-popular/</a></span></span></span></span></div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-style: normal;">E
poderemos ter um novo 11 de setembro, agora em 2013: esta prestes a
ser definida a invasão norte-americana à Síria, para tentar depor
o ditador Bashar al-Assad. De modo unilateral, sem levar em conta
decisões da ONU, Obama (que na política externa é muito semelhante
aos Bush) só aguarda uma decisão do congresso de seu próprio país
para deslocar, mais uma vez, soldados para o oriente médio.</span></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;">Evidente
que não se pode, por tudo isso, justificar a ação contra
populações civis. Mas se não entendermos que as decisões
políticas têm consequências de longo prazo, não compreenderemos o
motivo, por exemplo, do generalizado antiamericanismo que grassa
entre inúmeros povos do mundo. A política externa dos EUA é
geradora de ódios. E esta política, contraditoriamente, foi
reforçada com os acontecimentos de 11 de setembro de 2001.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;"><b>João
José de Oliveira Negrão é jornalista,</b></span></span></span></div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;"><b>doutor
em Ciências Sociais, professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em
Jornalismo da PUC-SP</b></span></span></span></div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;"><b><span style="color: orange;"><span style="font-size: small;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 10/09/2013) </span></span></b></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-23976762604297836412013-09-03T12:30:00.001-03:002013-09-03T12:30:04.925-03:00Compra de votos
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><b>João José de Oliveira
Negrão</b></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Chegou às livrarias, há poucos dias,
um livro-reportagem que resgata um caso recente e escabroso da
história política brasileira: a compra de votos – esta
efetivamente comprovada, com nomes de quem vendeu e de quem comprou –
que resultou na aprovação do projeto de lei que criou a
possibilidade de reeleição do então presidente Fernando Henrique
Cardoso. Palmério Dória, o autor, de <i>O Príncipe da Privataria,</i>
é jornalista da velha guarda, tendo passado por redações da grande
imprensa e da imprensa alternativa. É autor também, entre outros,
dos livros <i>Honoráveis Bandidos: Um Retrato do Brasil na Era
Sarney; A Candidata Que Virou Picolé; </i><span style="font-style: normal;">e
</span><i>A Guerrilha do Araguaia.</i></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Entre outros tópicos – como o papel
desempenhado durante a era FHC por Sérgio Motta, <i>o trator,</i><span style="font-style: normal;">
as sobras de campanha, a falência do Bam</span><span style="font-style: normal;">e</span><span style="font-style: normal;">rindus
e os esquemas das privatizações – Dória entrevista o ex-deputado
do Acre Narciso Mendes, </span><span style="font-style: normal;">o
</span><i>Senhor X, </i><span style="font-style: normal;">que foi quem
gravou, para o repórter Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, as
conversas que teve com o também ex-deputado pelo PFL do Acre,
Ronivon Santiago, nas quais este relata que recebeu R$ 200 mil para
votar a favor da reeleição de FHC. Ronivon contou ainda, segundo
noticiou a Folha na época, que era de seu conhecimento que outros
colegas também venderam seus votos: João Maia, Zila Bezerra, Osmir
Lima e Chicão Brígido, todos do Acre. O operador, neste caso da
compra, foi o então governador Orleir Cameli.</span></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-style: normal;">Leitura
indispensável neste momento em que se discute a corrupção no
Brasil (com os “negociadores” de ontem tentando fazer o papel de
vestais) e a possibilidade do fim do financiamento privado de
campanhas, </span><i>O Príncipe da Privataria </i><span style="font-style: normal;">traz
mais uma série de argumentos a comprovar que já passou da hora de
termos o financiamento público exclusivo para as campanhas
eleitorais.</span></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><b>João José de
Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></span></div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: orange;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 03/09/2013) </span></b></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-71084777574678053752013-08-27T13:25:00.003-03:002013-08-27T13:25:45.392-03:00Brasil precisa de médicos
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="RIGHT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José Negrão</b></span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A chegada de médicos estrangeiros para
trabalhar no Brasil – especialmente os cubanos – tem gerado uma
discussão ideológica anacrônica, típica da Guerra Fria, que gera
muito mais luz do que calor. Nas redes sociais, pipocam “análises”
ultraconservadoras alertando sobre a “infiltração comunista” no
país. Ao mesmo tempo, defende-se os médicos cubanos contra o
“trabalho escravo”. Quer dizer, os “agentes” são, ao mesmo
tempo, pobres coitados que precisam ser defendidos.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Mas a questão é objetiva: médicos
brasileiros se recusam a assumir certos postos de trabalho. Aqui
mesmo, em Sorocaba – que nem mesmo o mais insensato membro da
oposição local chamaria de “grotão” –, vários concursos
realizados pela Prefeitura não tiveram suas vagas preenchidas, por
falta de interesse dos aprovados em assumir os postos.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O sofisma é grande. Diferentes
organizações médicas ora afirmam que os salários são baixos (o
que nem sempre é verdadeiro), ora dizem que não há estrutura (como
se postos de atendimento primário tivessem de ser superequipados).
Também criticam a “má-formação” dos médicos estrangeiros. O
paradoxo é que um dos líderes da resistência à contratação dos
estrangeiros, o presidente do Sindicato dos Médicos do RS, teve seus
dois filhos formados em Cuba, que tem, neste momento, mais de 17 mil
médicos trabalhando em diferentes países.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O dado real é que há centenas de
cidades e bairros periféricos sem médicos, cuja população é tão
portadora de direitos quanto qualquer morador dos grandes centros.
Por isso, quem precisa mesmo de médicos, quem não suporta mais ter
de se deslocar por quilômetros e esperar meses por uma consulta,
considera bem-vindos os estrangeiros.
</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de Oliveira Negrão é
jornalista, doutor em Ciências Sociais e professor no Ceunsp e na
Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><span style="color: orange;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 27/08/2013) </span></span></span></b></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-1781139304912684512013-08-20T13:45:00.002-03:002013-08-20T13:45:38.345-03:00Jornal impresso em queda
<div align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="RIGHT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João
José Negrão</b></span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div align="RIGHT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A Fundação Perseu
Abramo apresentou na última sexta-feira (16) o resultado de uma
pesquisa realizada com 2.400 pessoas acima dos 16 anos, que vivem em
áreas urbanas e rurais de 120 municípios distribuídos nas cinco
regiões do Brasil. Alguns dados mostram a velocidade da mudança de
hábitos culturais – pelo menos no aspecto relativo à informação:
a Internet vem ganhando a preferência da população como veículo
para se informar sobre a cidade, o Brasil e o mundo e já empata
(ambos têm 43%) com os jornais impressos, em meio habitual de
informação.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Sobre a televisão, há
desconhecimentos: a maioria dos entrevistados não sabe que os canais
são concessão pública. “Para 60% são empresas de propriedade
privada, como qualquer outro negócio”, acrescentou, durante a
apresentação, o sociólogo Gustavo Venturi, coordenador da
pesquisa. “Mesmo assim, 71% da população são favoráveis a que
haja mais regras para se definir a programação veiculada”,
destacou.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Outros elementos
permitem afirmar esta mudança de paradigma. Nos últimos anos, houve
a ascensão da chamada classe C e o consumo da quase totalidade dos
produtos – de iogurte a frango, de automóveis a tevês de plasma e
computadores. Mas a tiragem dos grandes jornais e revistas
brasileiros não acompanhou tal movimento. Pelo contrário, tem hoje
menos exemplares em circulação que há 20 ou 30 anos.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Assim, é possível
afirmar que o jornalismo impresso encontra-se em uma encruzilhada: se
não achar um modo de se firmar, vai perder cada vez mais importância
como elemento significativo na conformação da opinião pública e
da cultura no país. Particularmente, não creio que o processo já
desencadeado se reverterá.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></span>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João José de
Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais e
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP</b></span></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><span style="color: orange;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba em 20/08/2013) </span></span></span></b></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6715085281034340995.post-86743779168910926842013-08-13T16:20:00.002-03:002013-08-13T16:20:41.906-03:00Fim da História durou pouco<table cellpadding="0" class="Bs nH iY" role="presentation"><tbody>
<tr><td class="Bu"><div class="nH if">
<div class="nH aHU">
<div class="nH hx">
<div class="nH">
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<div dir="ltr">
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>João
José Negrão</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Em 1989, a destruição do Muro de Berlim é o
grande ato simbólico que marca o colapso do socialismo real. Ao lado
disso, ganha corpo a ideia de vitória total do outro lado no qual a
bipolaridade da Guerra Fria dividia o mundo. A concepção
hegemônica, então, passou a entender que a integração ao
capitalismo triunfante e globalizado era a <i>única </i>alternativa
da Humanidade.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Neste cenário, o pensador japonês Francis
Fukuyama chegou a proclamar <b>o fim da História</b>, supondo que se
tivesse chegado ao Estado Universal hegeliano. Ele seria aquele do
capitalismo neoliberal e globalizado, onde a política se reduziria à
solução técnica dos problemas e não mais se veria frente a opções
totalizantes, a visões sociais de mundo contrastantes. Seria o fim
das grandes narrativas e dos grandes projetos coletivos.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Pouco mais de uma década depois, a História –
sempre ela, incontrolável – tratou de desmentir as previsões
triunfalistas dos bem postados neoliberais. Em 2001, os atentados
contra o World Trade Center, por um lado – o pior e regressivo –,
e o primeiro encontro do Fórum Social Mundial, na busca da
articulação de “um outro mundo possível”, pelo lado do
progresso e da radicalização da democracia, marcam a reentrada em
cena da grande política. A hegemonia neoliberal durou pouco, e hoje
se vê acossada por todos os lados.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Caracterizar profundas mudanças, que permitam
afirmar que se iniciou um novo modo de vida e, portanto, que a
humanidade passou de uma Idade para outra, requer um profundo
distanciamento histórico. Quando se fala em novo modo de vida,
está-se referindo a mudanças políticas, culturais, econômicas, de
hábitos e do modo de produção, entre outras. Neste sentido, não é
difícil identificar, por exemplo, a longa passagem da Idade Média
para a Idade Moderna. Mas não creio que haja acúmulo suficiente
para se afirmar a entrada numa idade pós-contemporânea (ou
pós-moderna).</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><b>João José de
Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP.</b></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><span style="color: orange;">(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 13/08/2013) </span></span></span></b></div>
<div class="yj6qo ajU">
<div class="ajR" data-tooltip="Mostrar conteúdo cortado" id=":2bz" role="button" tabindex="0">
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Unknownnoreply@blogger.com0