quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O jornalismo e as políticas públicas

Por Felipe Shikama

O período de campanha eleitoral, especialmente nos municípios, pode ser definido como uma espécie de abertura do “mercado de idéias” (e promessas) personificadas em candidatos alinhados a um conjunto amplo de carga ideológica — evidentemente intrínseco a seu respectivo partido político. A partir deste pressuposto é que se assume o elevado grau de importância do papel desempenhado pelo jornalismo numa sociedade democrática contemporânea.

Tão importante quanto a história, a chamada vida pregressa do candidato, e sua conduta ética, os jornais são agentes decisivos “sine qua non” na publicação das explanações dos diversos programas de governo, apresentados pelos concorrentes ao mandato público.

Por meio de sua cobertura, o jornalismo também ocupa papel decisivo para o eleitor, na medida em que é capaz de apontar não apenas quais, mas também de que forma, as intervenções da realidade poderão ser tomadas. Estas tomadas de decisão, construídas principalmente por meio de políticas públicas, e tidas como as mais prioritárias, são desempenhadas a rigor pelo chefe do Executivo.

Na prática, as políticas públicas são ofertas de bens, serviços, programas ou ações dirigidas a determinado público-alvo a fim de garantir a efetividade de afirmações de direitos, sejam eles individuais (civis), políticos, culturais, econômicos ou sociais — esta última, ainda com muito território para ser ocupado.

Neste contexto, uma cobertura eleitoral qualificada por parte dos jornais locais pode contribuir de forma saudável para a elevação dos índices de desenvolvimento humano do município, operando em dois aspectos centrais: por um lado, ao estabelecer o "agendamento" das questões prioritárias e ainda carentes de políticas públicas, e por outro, ao assumir o papel de freios-e-contrapesos, na medida em que fiscaliza, de forma plural, as tomadas de decisão.

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