quarta-feira, 28 de março de 2012

Apolonio de Carvalho



Por João José de Oliveira Negrão

No próximo sábado, dia 31, começa a exposição Apolonio de Carvalho, a trajetória de um libertário, no Memorial da Resistência de São Paulo, que fica no Largo General Osório, 66, na Luz, antiga sede do temido DOPS, centro de tortura da época da ditadura militar. Com fotos, documentos, cartazes e textos – além da apresentação do documentário Vale a Pena Sonhar – a exposição conta a história de Apolonio, um brasileiro que esteve presente nos principais acontecimentos da história do Brasil e do mundo no século XX.

Internacionalista, Apolonio foi um militar brasileiro e é herói nacional francês, pela participação na Resistência contra o nazismo na França ocupada; herói nacional espanhol, pela participação na Guerra Civil Espanhola, nas Brigadas Internacionais, em defesa do governo republicano contra as hordas fascistas do general Francisco Franco. Também participou da Insurreição de 1935, enfrentou a ditadura Vargas e a ditadura miliar brasileira instalada em 1964.

Exilado mais de uma vez, Apolonio militou no Partido Comunista Brasileiro, com o qual rompeu nos anos 60 para fundar o PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário). Com a redemocratização e a anistia, Apolonio voltou ao Brasil e foi um dos primeiros filiados ao Partido dos Trabalhadores, quando de sua fundação, nos anos 80. Apolonio morreu de pneumonia, aos 93 anos, em 2005.

Concebida originalmente para integrar a programação oficial do Ano do Brasil na França (2005), a exposição foi montada, pela primeira vez no Museu da Resistência e Deportação de Toulouse, cidade no sul da França libertada do domínio nazista sob o comando de Apolonio, em 1949. No Brasil, foi apresentada nas cidades do Rio de Janeiro (2007) e Recife (2008) com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
João José de Oliveira Negrão é jornalista,
doutor em Ciências Sociais e professor no Ceunsp

(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 26/03/2012)