Por João
José de Oliveira Negrão
No próximo sábado,
dia 31, começa a exposição Apolonio de Carvalho, a trajetória
de um libertário, no Memorial da Resistência de São Paulo, que
fica no Largo General Osório, 66, na Luz, antiga sede do temido
DOPS, centro de tortura da época da ditadura militar. Com fotos,
documentos, cartazes e textos – além da apresentação do
documentário Vale a Pena Sonhar –
a exposição conta a história de Apolonio, um brasileiro que esteve
presente nos principais acontecimentos da história do Brasil e do
mundo no século XX.
Internacionalista,
Apolonio foi um militar brasileiro e é herói nacional francês,
pela participação na Resistência contra o nazismo na França
ocupada; herói nacional espanhol, pela participação na Guerra
Civil Espanhola, nas Brigadas Internacionais, em defesa do governo
republicano contra as hordas fascistas do general Francisco Franco.
Também participou da Insurreição de 1935, enfrentou a ditadura
Vargas e a ditadura miliar brasileira instalada em 1964.
Exilado
mais de uma vez, Apolonio militou no Partido Comunista Brasileiro,
com o qual rompeu nos anos 60 para fundar o PCBR (Partido Comunista
Brasileiro Revolucionário). Com a redemocratização e a anistia,
Apolonio voltou ao Brasil e foi um dos primeiros filiados ao Partido
dos Trabalhadores, quando de sua fundação, nos anos 80. Apolonio
morreu de pneumonia, aos 93 anos, em 2005.
Concebida originalmente
para integrar a programação oficial do Ano do Brasil na França
(2005), a exposição foi montada, pela primeira vez no Museu da
Resistência e Deportação de Toulouse, cidade no sul da França
libertada do domínio nazista sob o comando de Apolonio, em 1949. No
Brasil, foi apresentada nas cidades do Rio de Janeiro (2007) e Recife
(2008) com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República.
João José de Oliveira Negrão é jornalista,
doutor em Ciências Sociais e professor no Ceunsp
(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 26/03/2012)
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