Provavelmente começou hoje mais uma greve dos professores da rede estadual de ensino. São cerca de 215 mil profissionais, que reivindicam um aumento salarial de 34,3%. Conforme a Apeoesp, o sindicato da categoria, o piso do professor de primeira à quarta séries é de R$ 785,50 e chega a R$ 958,33 com as gratificações. No final da carreira, pela mesma jornada, esse salário chega a R$ 1.153,21. Já o professor de educação básica e ensino médio, por 24 horas semanais, tem piso de R$ 909,32, chega a R$ 1.100,92 com as gratificações e pode encerrar a carreira com R$ 1.326,27. E vale lembrar que as gratificações não costumam incidir na aposentadoria.
É muito pouco para a responsabilidade social que estes trabalhadores têm. A sequência de governos tucanos – com figuras que estão no poder no estado de SP há 26 anos, desde o governo Montoro – deixou um saldo trágico na educação paulista, conforme comprovam os dados do Saresp, exame realizado pela própria secretaria estadual de educação.
O reflexo do descaso é marcante na baixa procura que os cursos superiores de licenciatura – voltados à formação de professores – vêm tendo. A cada ano, é menor a relação candidato/vaga nas universidades públicas. E muitas particulares, por absoluta falta de procura, fecham cursos.
Por isso tudo – apesar dos inconvenientes que poderá provocar – a greve é justa. A vitória dos professores será também da sociedade paulista, que tem seu futuro empenhado pela péssima gestão da educação pública do estado.
João José de Oliveira Negrão é jornalista, doutor em
Ciências Sociais e professor no Ceunsp
Ciências Sociais e professor no Ceunsp
(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 08/03/10)
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