terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Divisão de renda no Brasil

Por João José de Oliveira Negrão

O Estadão de ontem trouxe um estudo da MB Associados, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, que mostra como foi a evolução da distribuição de renda no Brasil entre 2002 e 2009 – período do governo Lula.

A classe A, de renda familiar acima de 20 salários mínimos (R$ 10,2 mil) passou de 1,7% da população brasileira, em 2002, para 1,9% em 2009. A classe B, cujo rendimento domiciliar mensal fica entre 10 e 20 salários mínimos (R$ 5,1 mil e R$ 10,2 mil) saiu de 4,3% dos brasileiros e chegou a 5,5%. Por fim, o estudo mostra que a classe C, com renda familiar de três a sete salários mínimos (R$ 1530 a R$ 3570) passou de 23,7% da população para 32,6%.

Em termos absolutos, comparado a 2002, a classe A ganhou novas 303 mil famílias, a classe B ganhou 1.146 mil e a classe C tem mais 7.772.000 famílias. Em termos proporcionais, a massa de renda, entre 2002 e 2009, subiu 99% na classe A, 116% na classe B e 142% na classe C.

Os números são um pouco diferentes do estudo que comentei na semana passada, da FGV, porque, naquele, é considerada classe C a família com renda entre R$ 1.115 e R$ 4.808. Para a Fundação, 52% das famílias brasileiras estão nesta faixa.

De qualquer modo, ambos mostram a mesma tendência: a melhora no padrão de distribuição de renda no país. Proporcionalmente, os mais pobres ganharam bem acima dos mais ricos. A concentração ainda é alta, mas o Brasil está no rumo certo. Tanto que outro estudo, do Ipea, mostra que, mantidas as atuais tendências, será possível acabar com a miséria em 2016.


João José de Oliveira Negrão é jornalista,
doutor em Ciências Sociais e professor no CEUNSP
(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 22/02/10)

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