quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Redução da pobreza

Por João José de Oliveira Negrão

De acordo com estudos do Centro de Pesquisas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro – chefiado pelo economista Marcelo Neri –, a classe de renda C, composta por famílias cuja renda mensal varia de R$ 1.115,00 a R$ 4.808,00, abrange hoje 52% da população brasileira. Os dados constam da pesquisa A Nova Classe Média, realizada pelo instituto.

O estudo constata, conforme Neri declarou ao Estadão de 07/02/10, que “apenas de 2004 para cá, 32 milhões de brasileiros subiram para a classe ABC. Em cinco anos, 19,3 milhões saíram da pobreza”. Ele diz que desde 2001 se “observa queda forte na desigualdade”. Mas “ainda continua grande: ela precisa cair três vezes para convergir ao nível norte-americano, que já é muito alto”.

De acordo com o economista, entre 2003 e 2009 foram criados 8,5 milhões de empregos formais novos, o que contribui para o aumento da classe C, ao lado da intensificação das políticas sociais, como o Bolsa-Família, e dos reajustes do salário mínimo. Com isso, a classe C passou a ser estratégica para as decisões das empresas. Ela “é responsável hoje por 46,5% do bolo de renda do País, enquanto a classe AB tem 43%”, disse Neri na entrevista.

Mais do que qualquer coisa, são estes números que sustentam a popularidade do governo Lula, o que reforça a tese – que já apresentei aqui neste espaço há mais de dois anos, quando iniciei minha colaboração – de que há um nível alto de racionalidade nas escolhas políticas manifestadas pelos brasileiros nas eleições.

(Publicado no Bom Dia Sorocaba, de 15/02/2010)

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