João
José Negrão
Neste cenário, o pensador japonês Francis Fukuyama chegou a proclamar o fim da História, supondo que se tivesse chegado ao Estado Universal hegeliano. Ele seria aquele do capitalismo neoliberal e globalizado, onde a política se reduziria à solução técnica dos problemas e não mais se veria frente a opções totalizantes, a visões sociais de mundo contrastantes. Seria o fim das grandes narrativas e dos grandes projetos coletivos. Pouco mais de uma década depois, a História – sempre ela, incontrolável – tratou de desmentir as previsões triunfalistas dos bem postados neoliberais. Em 2001, os atentados contra o World Trade Center, por um lado – o pior e regressivo –, e o primeiro encontro do Fórum Social Mundial, na busca da articulação de “um outro mundo possível”, pelo lado do progresso e da radicalização da democracia, marcam a reentrada em cena da grande política. A hegemonia neoliberal durou pouco, e hoje se vê acossada por todos os lados. Caracterizar profundas mudanças, que permitam afirmar que se iniciou um novo modo de vida e, portanto, que a humanidade passou de uma Idade para outra, requer um profundo distanciamento histórico. Quando se fala em novo modo de vida, está-se referindo a mudanças políticas, culturais, econômicas, de hábitos e do modo de produção, entre outras. Neste sentido, não é difícil identificar, por exemplo, a longa passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Mas não creio que haja acúmulo suficiente para se afirmar a entrada numa idade pós-contemporânea (ou pós-moderna).
João José de
Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais,
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP.
(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 13/08/2013)
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Este blog é voltado à crítica de mídia. O foco principal é a mídia sorocabana, em especial o Jornalismo. Além disso, você encontrará aqui meus artigos científicos e jornalísticos. Sou jornalista, doutor em Ciências Sociais e professor universitário no Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Fim da História durou pouco
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