Por Felipe Shikama
Passadas algumas semanas do aparente final da novela midiática em torno do “Caso Isabella”, é possível avançarmos numa reflexão que, ao contrário do tom especulatório e sensacionalista dado por alguns veículos, possa contribuir para o avanço do debate dos efeitos sociais provocados pelo jornalismo e sua postura ética.
Neste artigo, me limitarei a traçar alguns indícios de resposta capaz de responder a seguinte questão: por que motivo um acontecimento como o Caso Isabela atrai tanto a atenção da mídia e/ou da sociedade?
Abstenho-me em esboçar uma explicação “cientificamente sociológica”, mas sob a perspectiva do próprio jornalismo o fato de estar em jogo, não somente a vida de uma garota de cinco anos, e sim a filha pequena e indefesa de um homem de classe média apontado, desde o início, como principal suspeito já responde em grande parte a pergunta sugerida.
Mas além deste fato, outros elementos garantem a sustentação do acontecimento, isto é, a construção de novas notícias a partir do acontecimento inicial. Um dos elementos que remete à exaustiva dimensão da novela, que além do próprio roteiro cercado de mistério (importante valor-notícia), tem a ver com os personagens da tragédia . Promotores, advogados, peritos, ONGs e até artistas e padres pop. Neste momento também aparecem especialistas de todo o tipo. Quaisquer declarações são tomadas como verdadeiras e, logo são notícias. As não declarações, omissões e desmentidos, também.
Por fim, não menos importante, um último aspecto jornalístico que contribui, a meu ver de forma determinante, para a magnitude de um caso tão particular como o da menina Isabella está relacionado com a forma como a grande mídia brasileira está estruturada. Isso porque o caso aconteceu na capital paulista, local onde se concentra grande número de jornalistas por metro quadrado. Basta se lembrar da quantidade de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas acampados, em vigília, na porta da delegacia...
Se caso semelhante ocorresse noutra cidade – nem tão distante de São Paulo como, por exemplo, Votorantim, onde no final em novembro de 2007 foi palco de uma chacina que vitimou cinco jovens, — talvez o valor-notícia da brutalidade de uma garota arremessada pela janela de um prédio por quem quer que seja não teria tido a mesma dimensão.
Passadas algumas semanas do aparente final da novela midiática em torno do “Caso Isabella”, é possível avançarmos numa reflexão que, ao contrário do tom especulatório e sensacionalista dado por alguns veículos, possa contribuir para o avanço do debate dos efeitos sociais provocados pelo jornalismo e sua postura ética.
Neste artigo, me limitarei a traçar alguns indícios de resposta capaz de responder a seguinte questão: por que motivo um acontecimento como o Caso Isabela atrai tanto a atenção da mídia e/ou da sociedade?
Abstenho-me em esboçar uma explicação “cientificamente sociológica”, mas sob a perspectiva do próprio jornalismo o fato de estar em jogo, não somente a vida de uma garota de cinco anos, e sim a filha pequena e indefesa de um homem de classe média apontado, desde o início, como principal suspeito já responde em grande parte a pergunta sugerida.
Mas além deste fato, outros elementos garantem a sustentação do acontecimento, isto é, a construção de novas notícias a partir do acontecimento inicial. Um dos elementos que remete à exaustiva dimensão da novela, que além do próprio roteiro cercado de mistério (importante valor-notícia), tem a ver com os personagens da tragédia . Promotores, advogados, peritos, ONGs e até artistas e padres pop. Neste momento também aparecem especialistas de todo o tipo. Quaisquer declarações são tomadas como verdadeiras e, logo são notícias. As não declarações, omissões e desmentidos, também.
Por fim, não menos importante, um último aspecto jornalístico que contribui, a meu ver de forma determinante, para a magnitude de um caso tão particular como o da menina Isabella está relacionado com a forma como a grande mídia brasileira está estruturada. Isso porque o caso aconteceu na capital paulista, local onde se concentra grande número de jornalistas por metro quadrado. Basta se lembrar da quantidade de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas acampados, em vigília, na porta da delegacia...
Se caso semelhante ocorresse noutra cidade – nem tão distante de São Paulo como, por exemplo, Votorantim, onde no final em novembro de 2007 foi palco de uma chacina que vitimou cinco jovens, — talvez o valor-notícia da brutalidade de uma garota arremessada pela janela de um prédio por quem quer que seja não teria tido a mesma dimensão.
3 comentários:
Muito bom!!!!!!!!!!
Sucesso...
É isso aí..
Sucesso e muito trabalho...
Bjs
Mariana
Sucesso !
Fernanda
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