quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dois passos atrás e um mais atrás

Por João José de Oliveira Negrão

Penso que a postura da diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo está equivocada. Elenco argumentos que que me levaram a tal conclusão:

1. Na matéria abaixo, do Comunique-se, Guto afirma que "a função básica é a defesa das condições de trabalho". É verdade. Mas, no nosso caso, a inexistência de conselhos que regulem o exercício profissional implica que as entidades sindicais também assumam esta luta.

2. O medo de eventuais multas -- decididas por tribunais contra sindicatos que não aceitem filiados sem diploma (nos casos previstos pela legislação derrubada pelo STF), conforme argumentado pelo diretor Alcimir Carmo nos comentários à matéria do Comunique-se -- é contrário à tradição do nosso Sindicato. Não foi o medo, mas a coragem cívica, apesar da lei, quem o colocou, em determinado período, na linha de frente contra a ditadura militar.

3. Do ponto de vista estratégico, a postura defendida na Nota Oficial da atual diretoria do Sindicato significa dois passos atrás na luta pelo retorno da exigência da formação específica e da manutenção da regulamentação profissional. Temo que não se consiga, depois, dar o passo à frente.

4. Por fim, uma decisão de tal gravidade, antecedida por amplos debates nos estados e nas bases, deveria ser unitária e tomada em congresso da Fenaj, convocado especificamente para esta finalidade.

2 comentários:

Unknown disse...

É verdade, Negrão. A decisão infeliz e inoportuna do nosso Sindicato só contradiz aquilo pelo que vinhamos lutando, isto é, nossa determinação contra a precarização da profissão. Pior, a atual gestão que já não vinha defendendo eficazmente a nossa qualificação profissional, hoje, alia-se aos patrões e se afasta da categoria que deveria representar. Só mesmo dirigentes que não conhecem - por não serem formados - a importância da qualificação profissional para agredir a própria profissão. É lamentável! Um abraço. Rudi

Anônimo disse...

Ao fazer uma filiação com os jornalistas sem diploma, porém, exercendo a profissão, é acatar com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Tomando essa decisão vem seguinte pergunta: pra que fazer uma PEC se o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estadão de São Paulo está deixando para atrás uma luta de obrigatoriedade do diploma de jornalista?

Acredito com essa medida, talvez o legislativo nem aprove essa PEC. Mas já passou por um lado, e já foi aprovada.