terça-feira, 6 de julho de 2010

Eleição também é legislativa

Por João José de Oliveira Negrão

Dentro de dois dias começa formalmente a campanha eleitoral deste ano. Partidos, candidatos e coligações agilizam os últimos detalhes para a disputa do voto dos cidadãos. As pesquisas de intenções de votos presidenciais já começam a povoar as conversas, ao lado dos debates sobre os favoritos a levar a Copa do Mundo. Quem vota em Dilma Rousseff? Quem prefere José Serra? Quem escolhe Marina Silva? Quem subiu e quem desceu nas pesquisas? E quem acredita nelas?

Mas há aspectos fundamentais que acabam ganhando menos destaque do que merecem, seja por parte da mídia, seja nas conversas diárias. Refiro-me às escolhas ao poder legislativo, à eleição para senadores, deputados federais e deputados estaduais, cujo debate acaba ficando em plano muito inferior às candidaturas presidenciais. Mesmo a escolha dos governadores tem sido abafada por este debate.

No entanto, seja quem for o presidente (ou presidenta) eleito, ele vai depender do Congresso para levar adiante suas propostas e projetos. Se o eleito não tiver maioria consistente, vai continuar dependendo de negociações exaustivas com bancadas parlamentares, muitas vezes de partidos com baixa representatividade e que não necessariamente priorizam o interesse público. Por isso, precisamos com urgência de uma reforma política, que solidifique a representação partidária coletiva e dependa menos de caciques regionais ou de grupos de recorte extrapolítico.

Enquanto isso não vem, recomendo aos eleitores que, ao votarem para deputados e senadores, vinculem este voto às coligações políticas que sustentarão seus candidatos a governador e a presidente.
João José de Oliveira Negrão é jornalista,
doutor em Ciências Sociais e professor no Ceunsp
(Publicado no Bom Dia Sorocaba de 05/7/2010)

Nenhum comentário: