João
José Negrão
A Fundação Perseu
Abramo apresentou na última sexta-feira (16) o resultado de uma
pesquisa realizada com 2.400 pessoas acima dos 16 anos, que vivem em
áreas urbanas e rurais de 120 municípios distribuídos nas cinco
regiões do Brasil. Alguns dados mostram a velocidade da mudança de
hábitos culturais – pelo menos no aspecto relativo à informação:
a Internet vem ganhando a preferência da população como veículo
para se informar sobre a cidade, o Brasil e o mundo e já empata
(ambos têm 43%) com os jornais impressos, em meio habitual de
informação.
Sobre a televisão, há
desconhecimentos: a maioria dos entrevistados não sabe que os canais
são concessão pública. “Para 60% são empresas de propriedade
privada, como qualquer outro negócio”, acrescentou, durante a
apresentação, o sociólogo Gustavo Venturi, coordenador da
pesquisa. “Mesmo assim, 71% da população são favoráveis a que
haja mais regras para se definir a programação veiculada”,
destacou.
Outros elementos
permitem afirmar esta mudança de paradigma. Nos últimos anos, houve
a ascensão da chamada classe C e o consumo da quase totalidade dos
produtos – de iogurte a frango, de automóveis a tevês de plasma e
computadores. Mas a tiragem dos grandes jornais e revistas
brasileiros não acompanhou tal movimento. Pelo contrário, tem hoje
menos exemplares em circulação que há 20 ou 30 anos.
Assim, é possível
afirmar que o jornalismo impresso encontra-se em uma encruzilhada: se
não achar um modo de se firmar, vai perder cada vez mais importância
como elemento significativo na conformação da opinião pública e
da cultura no país. Particularmente, não creio que o processo já
desencadeado se reverterá.
João José de
Oliveira Negrão é jornalista, doutor em Ciências Sociais e
professor no Ceunsp e na Pós-Graduação em Jornalismo da PUC-SP
(Publicado no Bom Dia Sorocaba em 20/08/2013)
Um comentário:
Sim, é bem verdade que hoje em dia as pessoas lem o jornal pela internet, mas se ficam sem internet por mais de um dia são obrigadas a lerem o jornal impresso.
Atecnologia está avansada tem tudo de bom, mais ainda falha e nessas falhas o impresso que acaba cobrindo.
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