O Partido Social Democrático (PSD), mais um partido do vai quem quer, sem qualquer identidade ideológica e programática, já conta com 31 deputados federais e cinco vice-governadores. Mal nasce e já é a oitava bancada da Câmara Federal, passando à frente do PDT, PTB e PCdoB. Grande parte dos integrantes da nova(?) sigla veio do DEM, esvaziado pela ação do prefeito de São Paulo. Mas confirmando a geleia geral, também recebeu parlamentares do PP de Maluf; PPS de Roberto Freire; PMN e até um “comunista” do PCdoB, o deputado Edson Pimenta, da Bahia. Também conta com a senadora Kátia Abreu, ex- DEM, de Tocantins, líder dos ruralistas e latifundiários.
Instado a definir politicamente o novo(?) partido, Kassab afirmou que ele não é de direita, nem de esquerda, nem de centro. Não é de oposição nem de situação. Ou seja, é o pior tipo de pragmatismo em estado puro. É muito provável que mais gente adira ao PSD nos próximos dias. Lideranças tradicionais locais, que se sintam “com pouco espaço” nas legendas que atualmente as abrigam, irão para o novo(?) partido.
O PSD é uma forma de burlar a fidelidade partidária, já que não vingou a tal “janela” que permitiria a troca de partidos neste ano pré-eleitoral. Como ele é um partido novo(?), mesmo quem hoje tem mandato pode mudar sem correr o risco de perdê-lo.
Esta movimentação toda só reforça a necessidade de uma reforma política que fortaleça os partidos, os atores coletivos da democracia contemporânea. Enquanto eles continuarem – em sua maioria – se comportando, sendo vistos e tratados como “legendas”, abrigos temporários, nossa democracia estará incompleta. Neste sentido, o voto em lista partidária pré-ordenada é a melhor opção, enquanto o “distritão” será a eternização do personalismo individualista.
João José de Oliveira Negrão é jornalista,
doutor em Ciências Sociais e professor no Ceunsp
(Publicado no Bom Dia Sorocaba)
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